"Esta historinha, eu dedico ao meu irmão Nilton Júnior, que proporcionou, apesar do susto, a mim e a toda a familia esse episódio inesquecível em nossa divertida infância." Vou contar uma história, não duvide não, meus amgos. Aconteceu de verdade, aqui não se tira, nem aumenta. Se deu lá pelos idos dos anos setenta, não no início, um pouco além da metade. Época boa, porém pouco o luxo. Casa com muitas crianças. Cidade sem muitos recursos. Água não vinha da torneira, mas da mangueira do pipa. O banheiro era privada, luz só vela ou lamparina. Ferro era mesmo de ferro e à brasa se aquecia. Chuveiro, só na novela, lá na casa da vó Manela. Banho bom, o de bacia. Mas o certo, é que o fato aconteceu com a família dos Silva. Silva como tantas famílias brasileiras. Só que esta era os Silva de mãe por nome Sebastiana. Uma mãe simples e dedicada, mãe de sete, mais oito criava. Dos oito, sete meninas, um apenas o rapazinho da casa. O dodói de toda a família, um peralta, uma peça rara. Dona Sebastina, era mãe de se orgulhar. Tinha um tipo de sabedoria que não se aprende na escola, mas do aprendizado da vida. Sempre dando bom exemplo e educando sua prole querida. Como a lista dos filhos é grande, vai ficar pra outra hora. Mas certo é que a turminha era grande e movimentada em um momento um doce em outro, pimenta estragada. Mas me importa dizer o nome do menininho, pois é o pivô desta história. Prestem muita atenção pois foi um grande mistério a intrigar adultos e crianças por toda aquela região. O nome do pequeno é Juca. Menininho levado da breca, pois o moleque até dormindo conseguia se meter em encrencas. Certa vez, sua mãe promoveu uma tarde de tarefas, ensinando aos filhos a tudo bem fazer com carinho e sem muita pressa. Incubiu a cada um de uma missão necessária. E foi distribuindo tarefas entre as oito crianças, para a arrumação da cozinha, dos quartos e da sala. Determinou os serviço da casa deixando bem claro que somente após tudo arrumado é que garotada estaria liberada para voltar a brincar. Após ordenar as meninas a mãe dirigiu-se ao menino Juca: - Filho, você fica com a organização das roupas limpas, olhe esse monte em cima da cama deve dobrar direitinho, montando em algumas pilhas depois guardar com cuidado nas gavetas do armário. Juca não se agradou da missão, mas pra não fazer feio, acatou as instruções. Porém enquanto cumpria a tarefa soltou sua imaginação. Queria estar em outro lugar, vivendo mil aventuras, soltando pipa na rua ou pião com a garotada ao invés de estar ali a engavetar roupas dobradas. Tendo coordenado o trabalho, dona Sebastiana foi prosear, ali bem pertinho com as amigas da vizinhança onde pôde então se gabar orgulhosa e confiante: - Olhe só dona Lilinha, meus filhos são tão aplicados, estão a cumprir seus trabalhos, pois é uma lição importante para que cresçam disciplinados e tornem-se pessoas organizadas, dedicadas e competentes. Já entrando à tarde, a mãe foi conferir o trabalho de cada uma das crianças. Da maior ao pequenino para avaliar seus desempenhos e parabenizar com carinho. As meninas uma a uma orgulhosa apresentaram todas prosa para a mamãe impressionada o resultado de seus esforços. Menos o menino Juca que a essas alturas, há horas que ninguém via, nem na sala, nem no quintal nem no banheiro, nem na cozinha. Dona Sebastiana foi até o quarto, para confirmar o fato. O trabalho o pequeno havia por certo encerrado pois não havia roupas à vista, mas da sua presença nem sequer uma pista. Foi aí então que a mãe começou a preocupar-se. Meninas, disse ela: - Vão até as casas dos vizinhos e vejam se em algum lugar foi o peralta brincar. Cada uma das irmãs percorria um canto da quadra, batendo de porta em porta a perguntar sobre o menino. Mas ninguém dava paradeiro, ou uma boa resposta e as irmãzinhas voltaram já com ar de desespero. Tardinha já caindo e a noite medonha surgindo, dona Sebastiana preocupada a buscar em todo lugar pouco a pouco alarmava a sua fiel vizinhança, de tal forma que chegavam vizinhos preocupados a toda hora. Calma dona Sebastiana, não fique assim não se alarme! Vamos nos reunir para buscas por todas as ruas da cidade. Formavam grupos organizados entre adultos e crianças de forma que no quintal, cercado por pés de adálias já não cabia a vizinhança. Procuraram diligentemente, fizeram grande varredura por ruas, quadras, escolas campinhos e parentela e as estas alturas até em hospitais estenderam a procura. Dona Sebastiana em completa vigilância já pedia água com açúcar desesperada com o sumiço do seu filhinho caçula. Já pelas tantas da noite o povariu retornava com um caído semblante sem qualquer notícia a ser dada. Vendo não haver resultado disse a mãe já descabelada: - Agora vou à polícia, estou muito apavorada, aquele menino é sapeca mas nunca aprontou uma coisa dessas ! Vou encontrar meu filhinho dar um puxão de orelhas, um abraço apertado e depois muitos beijinhos. - Sim senhora! Concordou a multidão. Vamos às autoridades, pois é direito do cidadão buscar ajuda e reforço para um caso assim tão grave como esta situação do sumiço do seu garoto! Dito isto, Dona Sebastiana apressada foi logo saindo entre muitos comentários animadores e atordoantes e o coro organizado de suas filhinhas chorando. Nana, a filha do meio, a mais chorona de todas de tudo quis participar apesar do seu tamanho, queria à mãe dar apoio: - Mamãe, vou com a Senhora, espera só um pouquinho, pois é tarde e já sinto frio. Vou pegar meu agasalho, prometo que é rapidinho, entre frio, choro e soluços foi ao quarto pegar sua blusa. Enquanto aguardava a mãe era só sofrimento, a ouvir os comentários de seus vizinhos barulhentos. Já instalada a escuridão medonha e tenebrosa, ao longe podia se ouvir o piado de corujas. No negrume da noite fria à luz da lamparina formava sombras deformadas trêmulas e grotescas nas paredes das casas de madeira com olhos irados. Era o mesmo que ver horrorosos espantalhos. Um vento forte tomou o quintal até formar um redemoinho arrastando as folhas secas, o inesperado vendaval. Com tamanha ventania foi um abre e fecha de portas, rangendo dobradiças e batendo as janelas com força. Gelando de medos os adultos, assustando os pequeninos e agitando os cães vira-latas que vadiavam na praça. Como em som de pesadelo era mesmo de dar medo e arrepiar os cabelos.

Os visinhos as estas alturas gelados até a cintura, teciam comentários sem a menor compostura. Um dizia amedrontado: - Tem que tomar cuidado! Pois há quem pegue crianças, e jogue em um caminhão pra levar para uma fábrica pra fazer bola de sabão! - Isso, não é nada! Disse outro camarada, ouvi dizer na minha quadra algo muito sinistro; existem seres cor de abóbora vindos em nave espacial pra pegar as criancinhas e levar pro espaço sideral pra fazer pro seus filhinhos uma espécie de mingal. O outro não fez questão e foi soltando mais uma: - Fiquei sabendo de um caso de um fantasma errante "A alma dos Três Cabelinhos" com seu grito horripilante a pegar na rua meninos sapecas para tosquiar seus cabelos, deixando assim o moleque completamente careca.

De repente, na negra noite em meio a macabras narrativas, ouviu-se um grito cortante, um som estridente que ardia. Foi um pânico atordoante, armou-se uma grande confusão, imaginando o que haveria se passado foi gente pra todo lado. Cada um teve uma reação uns ficaram paralisados enquanto outros corriam gritando completamente assustados, como quem vira assombração. Um bando pulou a cerca, um rapaz escalou o telhado. Um senhor em sua fuga correndo na noite escura abandonou ao relento sua própria dentadura.

Então após alguns segundos aparece correndo a menina Nana com seus olhinhos pequenos totalmente arregalados saindo do quarto escuro onde fora buscar seu agasalho. Atônitos o povo em suspeita aos poucos um a um retornava para ver o que é que verdadeiramente se passava. - Filha, peço que fique calma, disse a mãe confusa e pasma. O que foi minha querida parece que viu um fantasma? Já quase sem respirar a menina ria e chorava: - Mãe, a senhora não vai acreditar. Se tem um fantasma lá dentro, o nome dele é Juca, dito "O desaparecido", mas assustar não assusta, por certo não bota medo. Pois está bem tranqüilo a tirar um belo cochilo! Diante da declaração esbaforida foi notória a surpresa de todos, impossível foi ficar com raiva e começaram em coro a dar altas gargalhadas. Enfiaram-se aos empurrões no quarto para com seus próprios olhos constatar o fato. Abrindo as portas do armário ficaram de boca aberta, lá estava o menino Juca, realmente estava sumido embaixo de um monte de roupas e aconchegantes cobertas.

5 comentários:

jessica disse...

eu gostei muito desse bla bla bla de historias mais seria bem melhor se tivesse historinhas para escutar para as crianças que não sabem ler

andressa disse...

esperai só eu aqui que deu um comentario?
nossa agora que e percebi então como eu estava falando meu irmãoznho gosta muito de historinhas mais ele não sabe ler então eu quero meus direitos brincadeirinha mais eu queria que tivesse histirinhas pra escutar

vitoria disse...

eu gostei muito desse blog e vou falar pra todas a minas amiga dese blog e concerteza elas vão gostar como eu

andreia disse...

eu gostei muito da historinha mais da proxima vez que eu escutar que seja outra pessoa contando,porque eu fiquei tipo assim "an?" e depois "que?" é que a voz dele é muito engraçada ai eu comecei rir e nem prestei atenção na historinha e tudo por causa desse carinha engraçado

laryssa disse...

eu gostei muitro dessas historinhas mais eu sou tão feia que nem condegui ler direito